Mesmo que a noitada tenha sido longa, vale a pena sair da cama no
dia de S. João (24 de junho) para ver o Cortejo Sanjoanino, em Braga, com os
Carros das Ervas, do Rei David e dos Pastores.
O horário não tem contemplações para quem se alongou nos
festejos noite dentro, mas não se vai arrepender quem abandonar o aconchego dos lençóis para
estar presente numa das iniciativas mais típicas e belas do S. João de Braga: o
Cortejo Sanjoanino. E agora a parte mais dolorosa: o programa diz que começa às
9h00, junto à igreja de S. João do Souto.
O cortejo começa com o Carro das Ervas, uma tradição
medieval cujo objectivo era «perfumar as ruas com ervas de cheiro, de forma a
purificar os locais por onde passavam os cortejos e procissões». Um carro de
bois percorre, assim, as ruas da cidade, distribuindo desde alfádega a alecrim.
Segue-se o Carro do Rei David, com a sua famosa dança,
considerada, «provavelmente, a tradição mais antiga associada aos festejos
bracarenses». Este número é composto opor 13 elementos, entre os quais o Rei
David. A música utilizada é oitocentista, sendo que relativamente à dança o
mais característico é um passo tipo
polca.
Deslumbrante é o Carro dos Pastores, representação teatral
com cânticos e danças, referente ao nascimento de S. João Baptista, que remontará
provavelmente ao século XVIII. Uma das maiores curiosidades das festas é saber
que é a criança que dá corpo ao pequeno S. João Baptista, que segue no topo do
carro, acompanhado por um cordeiro. Este é um quadro de grande ternura. No
mesmo carro, surgem os pastores – seis rapazes e seis raparigas –, vestidos com
trajes coloridos, com cajados decorados com fitas multicolores e pandeiretas, bem
como o coro das virgens.
Os carros vão circulando pelas ruas da cidade até às 16h00, mas se é para viver a tradição a sério, que seja de manhã. Vale a pena.
Os carros vão circulando pelas ruas da cidade até às 16h00, mas se é para viver a tradição a sério, que seja de manhã. Vale a pena.
As fotos são de arquivo.
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