30.3.19

Feira em Braga mostra pujança do sector agroalimentar


A 52.ª edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação abriu as portas, ontem, no Altice Forum Braga (antigo Parque de Exposições), onde decorre até domingo.



Considerada a maior feira deste sector do Norte de Portugal e da Galiza, o certame organizado pela InvestBraga – Agência para a Dinamização Económica conta com 25 mil m2 de exposição, onde é possível encontrar cerca de 250 expositores.


O certame apresenta um programa direccionado para a agricultura e pecuária, com uma vasta agenda de sessões técnicas, mas também tem propostas para toda a família.


Isto significa que mesmo quem não esteja a pensar em comprar um tractor ou uma ceifeira-debulhadora – e note-se que há mais de 450 máquinas e alfaias agrícolas por onde escolher –, tem actividades à sua espera.




A parte dos animais costuma ser a mais apreciada pelo público, em especial pelas crianças. Em tendas instaladas no recinto, é possível ver vacas (de raças minhota, cachena, barrosã, arouquesa, maronesa e frísia), ovelhas, coelhos e galinhas.








Nesta edição, estão agendados dez concursos pecuários, com cerca de 500 animais a concorrerem a 60 troféus. Pela primeira vez o programa contemplou um concurso de ovelhas da raça bordaleira de Entre Douro e Minho e churra do Minho.


A Quinta Pedagógica de Braga tem uma tenda na AGRO, sendo o cavalo uma das atracções, a par de um insuflável em forma de vaca. Este espaço apresenta um programa de actividades que inclui, por exemplo, o workshop “Hortas em família” (amanhã, às 10h30 e 15h30), a apresentação do livro “A minha horta é biológica” (amanhã, às 16h00), passeios de charrete (hoje e amanhã) e uma prova documentada de vinho verde (amanhã, às 17h00).


No recinto da feira há uma área de restauração com sete restaurantes que servem carne DOP – Denominação de Origem Protegida (mirandesa, minhota, barrosã, arouquesa, maronesa, mertolenga e marinhoa) e o Salão de Alimentação, onde é possível petiscar, com enchidos, queijos, azeites, vinhos, cervejas artesanais e doçaria, entre outros produtos de vários pontos do país.







Quem não quiser estas opções, pode levar farnel e fazer um piquenique improvisado, como já era possível ver ontem, apenas duas depois da abertura da feira ao público, fazendo recordar o passado.

O leque de opções inclui ainda roulottes de pão com chouriço, bifanas, hamburgers, cachorros quentes, kebabs, farturas, pipocas ou gelados.

A animação musical de hoje (21h00) está a cargo de Zé Amaro (8 euros). Amanhã (21h00) decorre o VI Momentum – Festival da Tuna de Medicina da Universidade do Minho (5 euros). No último dia, domingo (15h00), sobe ao palco Daniel Pereira Cristo (6 euros).

Com uma longevidade invejável, esta é uma feira emblemática, que tem marcado várias gerações. Noutros tempos, havia quem se deslocasse de vários pontos da região de excursão, camioneta da carreira, bicicleta ou até a pé para participar neste evento. Iogurtes e leite achocolatado, a par dos brindes, como os autocolantes e os calendários, faziam as delícias de pequenos e de mais graúdos.

Intimamente ligado à evolução da agricultura em Portugal, o certame passou por uma fase anémica, mas conseguiu renascer. Na inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, considerou que o número de expositores mostra a «vitalidade» da feira.


Por seu turno, o secretário de Estado da Agricultura, Luís Medeiros Vieira, referiu que a AGRO traduz «a pujança do sector agroalimentar», destacando que a agricultura em Portugal está «mais profissional, inovadora e orientada para o mercado».

A entrada na feira custa 3,5 euros. Nos hoje e amanhã o horário é das 10h00 às 24h00 e domingo é das 10h00 às 20h00. Nos comboios urbanos do Porto, o bilhete de ida e volta de Braga custa dois euros, mediante a apresentação da entrada na AGRO. A organização espera entre 35 e 45 mil visitantes, mas o número pode chegar aos 50 mil.

19.3.19

Portugal é um mundo para continuar a descobrir

Reagindo a uma notícia que dava conta do aumento de turistas em Portugal, há uns tempos, num café, um senhor dizia não perceber o que é que essas pessoas cá vêm fazer porque o país «não tem nada para ver». Este indivíduo, obviamente, não conhece a diversidade do que há para visitar, experimentar e degustar de uma ponta a outra de Portugal.



Uma amostra da riqueza que pode ser encontrada no continente e nas ilhas esteve patente, ao longo de cinco dias, na 31.ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorreu na FIL, no Parque das Nações.



Quem percorresse os stands ficava com a uma ideia da miríade de opções que os turistas têm à sua disposição para porem os pés ao caminho, desde belezas naturais, cidades, museus, tradições, artesanato, gastronomia e muito, muito mais, para todos os gostos e carteiras.



Embora o certame também tivesse uma vertente de descontos, o nosso foco principal foi a descoberta do potencial que este país tem para oferecer, sem no entanto ignorar as presenças internacionais.



Mais do que marcar férias, quisemos apreciar o convite que as diferentes localidades faziam aos visitantes, seja através da degustação dos seus pratos típicos, da actuação dos grupos tradicionais ou da apresentação de folhetos com os recursos turísticos e as datas dos eventos mais significativos.



Não trouxemos um camião de papéis, até porque somos contra o desperdício, mas na mochila vieram locais e datas a ter em conta na hora de planear os próximos destinos. Uma delas é já hoje, dia 19 de Março, às 16h30, na Póvoa de Lanhoso, com a procissão em honra de S. José, o ponto alto das festas deste concelho do distrito de Braga.



A Rota da Estrada Nacional 2 despertou-nos muita curiosidade pela sua abrangência, uma vez que que liga Chaves a Faro, numa extensão de 739,260 km, atravessando 11 distritos e 35 concelhos.

Em relação à gastronomia, para além das diferentes variedades de queijos, presuntos, enchidos, vinhos e licores, não faltavam as caralhotas de Almeirim (pão caseiro), a caspiada de Pontevél – Cartaxo (bolo feito a partir de sobras da massa do pão que ficavam agarradas ao alguidar), os matateus do Barreiro (bolo à base de cacau, mel e canela), as rabanadas poveiras (Póvoa de Varzim), o pastel Al-Madan de maçã ou chila de Almada, a chanfana de Vila Nova de Poiares ou os rebuçados de Arcos de Valdevez e da Régua, entre muitas outras opções.




Em matéria de tradições, era possível ver artesãos a trabalhar ao vivo, como por exemplo os lenços dos namorados de Vila Verde, o bordado de Viana do Castelo e o bordado de Castelo Branco.


No stand de Gondomar, inserido na representação da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte, era possível ver a maior e mais pesada peça de filigrana do mundo, um trabalho com 1,20 metros de altura, 13 quilogramas de prata e 12,6 mil metros de fio de filigrana, resultado de um projecto de 12 artesãos e empresas daquela localidade.


A animação não faltava, com algumas figuras típicas a chamarem a atenção para as tradições locais, como por exemplo os caretos (mascarados típicos do Carnaval) e os pauliteiros de Miranda do Douro a representarem Trás-os-Montes.



Freiras do Mosteiro de Santa Clara, um campino, a mascote Poiares Capriland (Vila Nova de Poiares), três rebuçados dos Arcos de Valdevez, o javali e a ave ibis preta de Grândola, Miss Espiga (Festival do Arroz Carolino de Samora Correia – Benavente) ou uma estátua viva da rainha Santa Isabel (Coimbra) eram algumas das inúmeras figuras que os visitantes encontravam no certame.



Na área da Entidade Regional de Turismo do Centro era possível simular uma corrida num carro de rally (o rally de Portugal volta este ano à região Centro, com a partida oficial de Coimbra, a 31 de maio), uma descida de ski ou pedalar numa ciclovia. Aliás, através de realidade virtual, era possível mergulhar no mar do Açores, percorrer o património de Sintra ou encontrar dinossauros.


Propostas e sugestões aliciantes não faltavam, mostrando que Portugal é... um mundo para continuar a descobrir.






Veja mais fotos da edição deste ano da BTL na página do Sempre Prontos para Passear no Facebook.


14.3.19

O esplendor da arte

As capelas Imaculada e Cheia de Graça, do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, venceram a votação do site ArchDaily, especializado em arquitectura, na categoria de Edifício do Ano em Arquitectura Religiosa.


Concluída em 2015, a requalificação deste espaço situado no coração do Seminário Menor bracarense é da responsabilidade do gabinete Cerejeira Fontes Arquitectos e a iconografia do escultor Asbjörn Andresen e da pintora Lisa Sigfridsson, tendo como inspiração o mistério da Conceição Imaculada de Maria.


Aqui, nada corresponde à imagem tradicional de uma capela. Não é pequena, as paredes não são brancas e não há altares de talha dourada com imagens clássicas de santos. A arte em todo o seu esplendor é a impressão com que se fica quando se entra pela primeira vez neste templo de tamanho descomunal: dizem os dados oficiais que tem capacidade para 700 pessoas.


Uma construção em madeira que remete para a ideia de uma floresta e uma abóbada em betão (mais de 130 toneladas suspensas) são os elementos mais impressionantes de um local onde duas capelas de fundem e nada é convencional.


No meio, numa cadeira, igual às outras onde se sentam os fiéis, está a imagem de Nossa Senhora da Humildade, de coroa na mão. 



O altar é de pedra, apenas polida na parte de cima, assente em pés de ferro, que se apoiam numa espécie de lago. A luz que entra pelos rasgos feitos nas paredes grossas, de pedra despida, funde-se com a das lâmpadas que pendem do tecto, num jogo de luz e sombra. 


Neste espaço, nada nos deixa indiferentes, por mais vezes que se volte. Vale a pena ir, mesmo quem não é católico ou crente. É possível fazer a visita a título individual em horário de expediente, mas o ideal é fazer um contacto prévio (253 203 180).

Recorde-se que a capela Árvore da Vida, localizada no interior do Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo, em Braga, igualmente da autoria do gabinete Cerejeira Fontes Arquitectos, já tinha conquistado o prémio ArchDaily 2011 para edifício religioso com a melhor arquitectura.