31.5.19

Braga dá a provar Vinho Verde

Os apreciadores de Vinho Verde têm, este fim-de-semana, paragem obrigatória em Braga. Entre hoje e domingo, decorre a sexta edição do Vinho Verde Fest, com 35 produtores, que apresentam para prova mais de centena e meia de vinhos.

Promovida pela Câmara Municipal e pela Associação Comercial de Braga, a iniciativa decorre na Avenida Central, com entrada livre, sendo esperados mais de 50 mil visitantes.

Para provar os vinhos, é preciso comprar um copo e uma prova por dois euros ou uma senha vínica por um euro. Nas imediações, há alguns espaços para petiscar e o certame inclui actividades como provas comentadas ou “showcookings”.
Vinte restaurantes associam-se a este evento. Os clientes do Vinho Verde Fest têm direito a um “welcome drink” nesses estabelecimentos. Por sua vez, quem for aos restaurantes, ganha uma prova de vinho para usar no festival.
Hoje, o Vinho Verde Fest está aberto até às 24h00. Amanhã, funciona das 12h00 às 24h00 e no domingo das 12h00 às 20h00.
A poucos metros, numa tenda, está a realizar-se, também até domingo, a Expocidades – Mostra Turística das Cidades do Eixo Atlântico, cujo programa prevê inúmeras degustações de produtos da euro-região.

26.5.19

Jardins Abertos à espera de visitantes

Que lhe parece a ideia de chamar os Bombeiros e a Força Aérea para salvar uma árvore? Esta é uma das histórias que vai ficar a conhecer se participar na iniciativa Jardins Abertos, que decorre até o final da tarde de hoje, em Lisboa.



Com o objectivo de dar conhecer jardins públicos e privados da capital, durante dois dias, este evento contempla a visita gratuita a espaços tão diferentes como o Jardim do Palácio de Belém ou o Centro Ismaili.

O nosso périplo incluiu, ontem, o jardim da residência do Embaixador dos EUA, que traduz os conhecimentos e o gosto deste diplomata e da sua esposa pela jardinagem. Destaque para as rosas vermelhas, uma homenagem simbólica aos bombeiros, que cheiram maravilhosamente. No final da visita, tivemos o privilégio de alguns minutos de conversa com a esposa do embaixador.

Seguimos para o Cemitério Britânico, mas, tal como várias pessoas que encontrámos pelo caminho, demos com a porta fechada, embora tenha sido anunciada a abertura durante os dois dias desta actividade.

Fomos então até ao Pátio dos Prazeres, onde um portão aberto leva os visitantes a um conjunto de habitações geminadas, com ruelas estreitas repletas de vasos.

A pouca distância, está aberto o Pátio do João e da Teresa, do mesmo género, mas que também tem uma hortinha. Estes dois espaços não são propriamente jardins, pelo que quem estiver à procura de algo mais estruturado deve ir a outros locais mais significativos, como por exemplo o Parque Botânico do Monteiro-Mor, cuja entrada se faz pelo Museu do Traje.

Acompanhámos parte da visita guiada a este espaço de 11 hectares e ficámos a saber que, em 1977, a primeira araucária conhecida em Portugal continental foi atacada por um fungo. Para salvar a “jóia” deste parque foi mobilizada a maior escada dos Bombeiros de Lisboa, para levar um jardineiro até à parte da árvore afectada. Um helicóptero da Força Aérea prendeu a parte doente e retirou-a dali após o corte. A aparatosa operação, que obrigou a deitar abaixo o portão do recinto para a viatura dos bombeiros conseguir passar, foi um sucesso e a árvore centenária sobreviveu. Cerca de 20 anos depois, o problema voltou a repetir-se, mas o desenvolvimento das técnicas de escalada tornou a operação menos complexa em termos de meios envolvidos.

No nosso roteiro, o Jardim do Goethe-Institut foi uma agradável surpresa, pelo conjunto relaxante que apresenta, que inclui o jardim, uma cafetaria com uma limonada deliciosa e uma vista privilegiada sobre Lisboa. Este é local a ter em conta para um almoço descontraído ou um lanche numa tarde quente.

O nosso périplo acabou com uma vista deslumbrante do rio Tejo, no Jardim Botânico da Ajuda, o primeiro jardim botânico português, com mais de 250 anos, que apresenta plantas dos quatro cantos do mundo.

Veja no programa os locais que ainda pode encontrar abertos esta tarde e parta à descoberta. Esta é uma possibilidade de conhecer, gratuitamente, outro lado de Lisboa, como mostram as fotos tiradas pelo colaborador júnior do blog que estão na página do Sempre Prontos para Passear no Facebook. Bom passeio.


25.5.19

À descoberta do Convento de S. Pedro de Alcântara

No miradouro de São Pedro de Alcântara, os olhares dos turistas deslumbram-se com a beleza de Lisboa. Depois de se admirar o casario que sobe até ao castelo e se espraia até ao Tejo, a atenção é atraída por um edifício branco imponente, com uma fachada de igreja ao centro, que existe a poucos passos, do outro lado da rua. O que será? Será que se pode visitar? Aproximamo-nos e a resposta surge facilmente: trata-se do Convento de S. Pedro de Alcântara e é visitável. 


Um folheto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, responsável pelo imóvel desde 31 de Dezembro de 1833, por decreto de D. Pedro, explica que a história deste convento remonta à véspera da Batalha de Montes Claros (Guerra da Restauração), em 1665. Na altura, o 1.º Marquês de Marialva e 3.º Conde de Cantanhede, D. António Luís de Meneses, «fez um voto de erigir em Lisboa um convento dedicado a S. Pedro de Alcântara se os portugueses vencessem essa batalha».

Segundo o mesmo material informativo, «D. Veríssimo de Lencastre (1615-1692), Cardeal e Inquisidor-Mor do Reino, apoiou a fundação do edifício com doações, tendo manifestado a vontade de ficar sepultado, em campa rasa, neste convento». O seu irmão e sobrinho decidiram, em sua memória, construir a Capela dos Lencastres.

Foi precisamente a Capela dos Lencastres que vimos em primeiro lugar após a entrada no edifício, pois fica logo à direita. Como não sabíamos o que íamos encontrar, ficámos maravilhados com este espaço, não muito grande, mas profusamente decorado, «com mármores embutidos, ao gosto italiano». Soubemos depois que esta é «considerada a jóia deste monumento».


Seguimos para o átrio da igreja, construída em 1681, onde seis painéis setecentistas ilustram a caridade franciscana. Entrámos no templo, sendo atraídos pelas pinturas gigantes emolduradas, pelos azulejos das paredes laterais e pelos altares.

Através do folheto informativo, ficámos a saber que as pinturas são da época joanina» e que os painéis de azulejaria barroca retratam cenas da biografia de S. Pedro de Alcântara, numa «série única em Portugal». Neste lugar de culto destacam-se ainda «os altares em talha dourada com iconografia franciscana» e o «tecto pintado em “trompe l’oeil” pelo pintor francês Pierre Bordes, em 1878».

Com pena de não vermos a sacristia e o coro-alto, que podem ser percorridos nas visitas guiadas que existem nos primeiros domingos do mês (está anunciada uma para 2 de Junho), às 10h30, como refere o prospecto, saímos a interrogar-nos sobre quantos tesouros destes se podem encontrar na cidade de Lisboa.

Nem de propósito, alguns dias depois, foi divulgada a iniciativa “Open Conventos”, que durante três dias (23, 24 e 25 de Maio) abre ao público 26 conventos e mosteiros de Lisboa, alguns dos quais já com outros usos. 

Sabia que a actual Assembleia da República, o Museu Nacional de Arte Antiga, os Armazéns do Chiado, a Cervejaria Trindade, o quarteirão da Academia de Belas Artes, o Comando Territorial de Lisboa da GNR ou o Museu Arqueológico do Carmo já tiveram um passado como casas religiosas?

Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Patriarcado de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa e pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, esta iniciativa inclui itinerários, visitas guiadas (com inscrição prévia) e livres.

Veja o programa e aproveite hoje o último dia do evento para percorrer gratuitamente esta parte do nosso património, onde está incluído o Convento de S. Pedro de Alcântara, que pode ver nas fotos que estão na página do Sempre Prontos para Passear no Facebook.


23.5.19

Braga revive Bracara Augusta



Até domingo, Braga recua no tempo e recorda o seu passado romano, com a 16.ª Braga Romana. A edição deste ano aposta no reforço da divulgação dos vestígios romanos, através da relocalização de algumas atracções do certame, levando-as para o local onde Bracara Augusta tinha a sua área delimitada pela antiga muralha, como vincou hoje a vereadora da Cultura, Lídia Dias.

Conciliando as vertentes lúdica e pegadógica, este evento tem-se afirmado como uma das iniciativas que mais gente atrai à cidade e que mais entusiasma os bracarenses, figurando na lista onde também constam a Semana Santa, o S. João e a Noite Branca. A vereadora considerou que o bom tempo, a relocalização dos espaços e a programação são ingredientes que fazem perspectivar uma edição com «muita gente».

Ao longo de cinco dias, segundo os números da Câmara Municipal, o evento inclui 200 actuações e 80 actividades pedagógicas, envolvendo 90 entidades (associações e escolas), 39 agentes artísticos e 139 mercadores.

O programa apresenta inúmeras actividades, para todas as idades (a programação completa pode ser encontrada aqui). Lídia Dias destacou o investimento na vertente pedagógica, que faz da Braga Romana uma das «recriações históricas mais fidedignas da época romana».

O cortejo infanto-juvenil abriu esta manhã a Braga Romana, numa manifestação que atrai anualmente ao centro da cidade milhares de alunos das escolas bracarenses devidamente trajados.

No programa, em termos do número de participantes (cerca de 2 mil) e da espectacularidade, destaca-se o Bracara Augusta Triumphalis – Cortejo Triunfal, que na sexta-feira, a partir das 21h30, percorre as ruas do centro histórico.

Merecem também destaque os principais espectáculos – Concílio dos Deuses, Casamento Romano e Funeral Romano –, que este ano decorrem no palco instalado no átrio do Museu D. Diogo de Sousa, um espaço museológico de referência que merece uma visita.


O certame está divido em vários espaços, espalhados pela cidade, que visam «recriar o quotidiano romano nas suas mais diversas áreas»:

– Lyceus Romanus (Área Pedagógica) – Seminário de Santiago

– Domus Camalus (Casa Camalus) – Largo de Santiago

– Bestiarum Locus (Exposição e Demonstrações de Cetraria, Cavalos e Cães) – Largo Paulo Orósio

– Ars Monetae (Cunhagem de Moeda) – Largo S. João do Souto e Largo Paulo Orósio

– Spatium Ludicum (Espaço Lúdico para criança e famílias) – Sala da Pedra do Museu Pio XII

– Castra Leg. VI Victrix (Acampamento Militar) – Largo Paulo Orósio

– Locus Artium et Officiorum “Sol-a- Sol” (Escola de Artes e Ofícios) – Rossio da Sé

– Villa (Quinta com animais e Animais Exóticos) – Termas Romanas do Alto da Cividade

– Domus Officiorum (Casa de Ofícios) – Termas Romanas do Alto da Cividade

– Mercatus Romanus (Artesãos e Mercadores) – Ruas do Centro Histórico

– Domus Ciborum (Áreas de Alimentação): Platea Apicii (Praça do Apício) – Largo das Carvalheiras e Platea Gari (Praça do Garum) – Largo de S. Paulo

Recorde-se que, como se pode ler no site do evento, Bracara Augusta «terá sido presumivelmente fundada entre os anos 16/15 a.C. na região dos Bracari, situada entre os rios Lima e Ave». Deve o nome Bracara «ao povo indígena que ocupava o território» e o epíteto de Augusta advém da «homenagem ao Imperador que a fundou» (César Augusto).


Veja o vídeo que mostra o início do certame, entre no espírito, vista-se a rigor e desfrute de Bracara Augusta. Aproveite para (re)descobrir o legado romano, visitando alguns vestígios arqueológicos com mais de dois mil anos de história que deve visitar (pode encontrar um mapa aqui).

Termas Romanas do Alto da Cividade – As termas datam do início do século II, sendo que «o edifício possuía uma forma rectangular com cerca de 40 metros de comprimentos por 12 de largura». Mais informação aqui.


Ínsula das Carvalheiras – As escavações permitiram descobrir as ruínas deste quarteirão residencial da cidade romana, sendo o  «projeto construtivo mais antigo data das últimas décadas do século I». A Câmara de Braga e a Universidade do Minho assinaram um protocolo para desenvolver um projeto de valorização e musealização deste conjunto arqueológico. Mais informação aqui


Domus da Escola Velha da Sé - Localizados no interior da União de Freguesias da Sé, Cividade e Maximinos, este vestígios arqueológicos correspondem «a parte de uma casa romana, bem como estruturas associadas ao sistema defensivo medieval da cidade de Braga». Mais informação aqui.


Balneário Pré-Romano da Estação de Caminhos de Ferro – Sabia que se chegar a Braga de comboio pode visitar um Balneário Pré-Romano? É só descer um andar, pelas escadas rolantes, e encontra um balneário destinado a banhos de vapor rituais! Mais informação aqui.


Fonte do Ídolo – Localizada na Rua do Raio, tudo indica que a Fonte do Ídolo «teve origem pré-romana, tendo sido consagrada à deusa Nabia, como divindade principal, e a Tongus Nabiagus, seu parceiro». Mais informação aqui

Inscrição dedicada a Ísis – Inscrição na cabeceira da Sé evoca o culto da deusa Ísis. Mais informação aqui