Que lhe parece a ideia de chamar os Bombeiros e a Força
Aérea para salvar uma árvore? Esta é uma das histórias que vai ficar a conhecer
se participar na iniciativa Jardins Abertos, que decorre até o final da tarde
de hoje, em Lisboa.
Com o objectivo de dar conhecer jardins públicos e privados
da capital, durante dois dias, este evento contempla a visita gratuita a
espaços tão diferentes como o Jardim do Palácio de Belém ou o Centro Ismaili.
O nosso périplo incluiu, ontem, o jardim da residência do
Embaixador dos EUA, que traduz os conhecimentos e o gosto deste diplomata e da
sua esposa pela jardinagem. Destaque para as rosas vermelhas, uma homenagem
simbólica aos bombeiros, que cheiram maravilhosamente. No final da visita,
tivemos o privilégio de alguns minutos de conversa com a esposa do embaixador.
Seguimos para o Cemitério Britânico, mas, tal como várias
pessoas que encontrámos pelo caminho, demos com a porta fechada, embora tenha
sido anunciada a abertura durante os dois dias desta actividade.
Fomos então até ao Pátio dos Prazeres, onde um portão aberto
leva os visitantes a um conjunto de habitações geminadas, com ruelas estreitas
repletas de vasos.
A pouca distância, está aberto o Pátio do João e da Teresa,
do mesmo género, mas que também tem uma hortinha. Estes dois espaços não são
propriamente jardins, pelo que quem estiver à procura de algo mais estruturado
deve ir a outros locais mais significativos, como por exemplo o Parque Botânico
do Monteiro-Mor, cuja entrada se faz pelo Museu do Traje.
Acompanhámos parte da visita guiada a este espaço de 11
hectares e ficámos a saber que, em 1977, a primeira araucária conhecida em
Portugal continental foi atacada por um fungo. Para salvar a “jóia” deste
parque foi mobilizada a maior escada dos Bombeiros de Lisboa, para levar um
jardineiro até à parte da árvore afectada. Um helicóptero da Força Aérea
prendeu a parte doente e retirou-a dali após o corte. A aparatosa operação, que
obrigou a deitar abaixo o portão do recinto para a viatura dos bombeiros
conseguir passar, foi um sucesso e a árvore centenária sobreviveu. Cerca de 20
anos depois, o problema voltou a repetir-se, mas o desenvolvimento das técnicas
de escalada tornou a operação menos complexa em termos de meios envolvidos.
No nosso roteiro, o Jardim do Goethe-Institut foi uma
agradável surpresa, pelo conjunto relaxante que apresenta, que inclui o jardim,
uma cafetaria com uma limonada deliciosa e uma vista privilegiada sobre Lisboa.
Este é local a ter em conta para um almoço descontraído ou um lanche numa tarde
quente.
O nosso périplo acabou com uma vista deslumbrante do rio
Tejo, no Jardim Botânico da Ajuda, o primeiro jardim botânico português, com
mais de 250 anos, que apresenta plantas dos quatro cantos do mundo.
Veja no programa os locais que ainda pode encontrar abertos
esta tarde e parta à descoberta. Esta é uma possibilidade de conhecer,
gratuitamente, outro lado de Lisboa, como mostram as fotos tiradas pelo
colaborador júnior do blog que estão na página do Sempre Prontos para Passear no Facebook. Bom passeio.
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