Até domingo, Braga recua no tempo e recorda o seu passado romano,
com a 16.ª Braga Romana. A edição deste ano aposta no reforço da divulgação dos
vestígios romanos, através da relocalização de algumas atracções do certame,
levando-as para o local onde Bracara Augusta tinha a sua área delimitada pela
antiga muralha, como vincou hoje a vereadora da Cultura, Lídia Dias.
Conciliando as vertentes lúdica e pegadógica, este evento
tem-se afirmado como uma das iniciativas que mais gente atrai à cidade e que
mais entusiasma os bracarenses, figurando na lista onde também constam a Semana
Santa, o S. João e a Noite Branca. A vereadora considerou que o bom tempo, a
relocalização dos espaços e a programação são ingredientes que fazem
perspectivar uma edição com «muita gente».
Ao longo de cinco dias, segundo os números da Câmara
Municipal, o evento inclui 200 actuações e 80 actividades pedagógicas,
envolvendo 90 entidades (associações e escolas), 39 agentes artísticos e 139
mercadores.
O programa apresenta inúmeras actividades, para todas as
idades (a programação completa pode ser encontrada aqui).
Lídia Dias destacou o investimento na vertente pedagógica, que faz da Braga
Romana uma das «recriações históricas mais fidedignas da época romana».
O cortejo infanto-juvenil abriu esta manhã a Braga Romana,
numa manifestação que atrai anualmente ao centro da cidade milhares de alunos
das escolas bracarenses devidamente trajados.
No programa, em termos do número de participantes (cerca de
2 mil) e da espectacularidade, destaca-se o Bracara Augusta Triumphalis –
Cortejo Triunfal, que na sexta-feira, a partir das 21h30, percorre as ruas do
centro histórico.
Merecem também destaque os principais espectáculos –
Concílio dos Deuses, Casamento Romano e Funeral Romano –, que este ano decorrem
no palco instalado no átrio do Museu D. Diogo de Sousa, um espaço museológico
de referência que merece uma visita.
O certame está divido em vários espaços, espalhados pela
cidade, que visam «recriar o quotidiano romano nas suas mais diversas áreas»:
– Lyceus Romanus (Área Pedagógica) – Seminário de Santiago
– Domus Camalus (Casa Camalus) – Largo de Santiago
– Bestiarum Locus (Exposição e Demonstrações de Cetraria, Cavalos e Cães) – Largo Paulo Orósio
– Ars Monetae (Cunhagem de Moeda) – Largo S. João do Souto e Largo Paulo Orósio
– Spatium Ludicum (Espaço Lúdico para criança e famílias) – Sala da Pedra do Museu Pio XII
– Villa (Quinta com animais e Animais Exóticos) – Termas Romanas do Alto da Cividade
– Domus Officiorum (Casa de Ofícios) – Termas Romanas do Alto da Cividade
– Domus Ciborum (Áreas de Alimentação): Platea Apicii (Praça do Apício) – Largo das Carvalheiras e Platea Gari (Praça do Garum) – Largo de S. Paulo
Recorde-se que, como se pode ler no site do evento, Bracara
Augusta «terá sido presumivelmente fundada entre os anos 16/15 a.C. na região
dos Bracari, situada entre os rios Lima e Ave». Deve o nome Bracara «ao povo
indígena que ocupava o território» e o epíteto de Augusta advém da «homenagem
ao Imperador que a fundou» (César Augusto).
Veja o vídeo que mostra o início do certame, entre no espírito, vista-se a rigor e desfrute de Bracara
Augusta. Aproveite para (re)descobrir o legado romano, visitando alguns vestígios arqueológicos com mais de dois mil anos
de história que deve visitar (pode encontrar um mapa aqui).
Termas Romanas do Alto da Cividade – As termas datam do
início do século II, sendo que «o edifício possuía uma forma rectangular com
cerca de 40 metros de comprimentos por 12 de largura». Mais informação aqui.
Ínsula
das Carvalheiras – As escavações permitiram descobrir as ruínas deste
quarteirão residencial da cidade romana, sendo o «projeto construtivo
mais antigo data das últimas décadas do século I». A Câmara de Braga e a
Universidade do Minho assinaram um protocolo para desenvolver um projeto de
valorização e musealização deste conjunto arqueológico. Mais informação aqui.
Domus da Escola Velha da Sé - Localizados no interior da União de Freguesias da Sé,
Cividade e Maximinos, este vestígios arqueológicos correspondem «a parte de uma
casa romana, bem como estruturas associadas ao sistema defensivo medieval da
cidade de Braga». Mais informação aqui.
Balneário Pré-Romano da Estação de Caminhos de Ferro – Sabia
que se chegar a Braga de comboio pode visitar um Balneário Pré-Romano? É só
descer um andar, pelas escadas rolantes, e encontra um balneário destinado a
banhos de vapor rituais! Mais informação aqui.
Fonte do Ídolo – Localizada na Rua do Raio, tudo indica que a Fonte do Ídolo
«teve origem pré-romana, tendo sido consagrada à deusa Nabia, como divindade
principal, e a Tongus Nabiagus, seu parceiro». Mais informação aqui.
Inscrição dedicada a Ísis – Inscrição na cabeceira da Sé evoca o culto da deusa Ísis.
Mais informação aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário