Quantas vezes somos turistas na nossa própria cidade? Sempre
que partimos à (re)descoberta da nossa terra, acabámos deslumbrados com o que encontrámos.
Por isso, no dia 25 de Abril, saímos de casa logo pela manhã para aproveitar as
várias actividades que Lisboa tinha para oferecer.
Começámos o percurso pela Câmara Municipal de Lisboa, que
estava de portas abertas para receber os visitantes. Lê-se no folheto
informativo que nos foi dado que, depois de um incêndio ter destruído o imóvel
que havia, a construção do actual edifício dos Paços do Concelho decorreu entre
1864 e 1880, segundo um projecto de Domingos Parente da Silva, sendo a fachada
da autoria de Ressano Garcia e o frontão triangular dessa fachada uma
composição de Anatole Calmels.
Um novo incêndio atingiu os pisos superiores do edifício em
1996, tendo a reconstrução sido pautada por «uma aproximação ao projecto
inicial», mas «dotando os espaços institucionais de um perfil funcional e
personalizado».
No rés-do-chão, na recepção, começámos a visita a destacar o
tecto. Seguimos em direcção à Sala do Arquivo, onde apreciámos as estantes de
madeira repletas de livros com aspecto antigo, protegidos por vidros, e o tecto
abobadado de onde pendem candelabros. Fomos, posteriormente, ver a Sala das
Sessões Públicas, onde se sobressai mais uma vez o tecto trabalhado e os
quadros nas paredes.
Um dos elementos mais impressionantes do imóvel é a escadaria
de acesso à galeria do andar nobre, em mármore marfim, e lá em cima, no tecto,
a cúpula com um rica decoração.
Percorremos as salas, com paredes e tectos impressionantes, mas o mais surpreendente é mesmo o salão nobre, em que o esplêndido tecto, os quadros e os fogões em mármore de Carrara deixam o visitante inebriado pela profusão decorativa.
Saímos, então, até à varanda onde a 5 de Outubro de 1910 foi proclamada da República, decorada com os cravos do 25 de Abril.
Percorremos as salas, com paredes e tectos impressionantes, mas o mais surpreendente é mesmo o salão nobre, em que o esplêndido tecto, os quadros e os fogões em mármore de Carrara deixam o visitante inebriado pela profusão decorativa.
Saímos, então, até à varanda onde a 5 de Outubro de 1910 foi proclamada da República, decorada com os cravos do 25 de Abril.
Depois desta visita, onde recebemos um cravo vermelho, cumprimos
um dos nossos rituais sempre que vamos até à Baixa lisboeta: rumámos até à
movimentada Rua Augusta para comer gofres (waffles) na Pastelaria Néné. Simples
ou com topping de morango, que pedimos sempre, são deliciosos.
Seguimos para a 5.ª Festa da Arqueologia, no MuseuArqueológico do Carmo, um evento trienal de divulgação da actividade
arqueológica nacional, desta feita subordinado ao tema “Revoluções e Resistências
– Das origens à revolução industrial”, com entrada livre.
Uma das actividades mais interessantes em que participámos foi
num “jogo” pensado para as famílias, intitulado “Acorda Museu!!!”, que
consistia em percorrer as diferentes salas do Museu e responder a questões
sobre o espaço museológico. Motivar as crianças para apreciarem museus, ainda
para mais de arqueologia, pode ser complicado, pelo que esta estratégia está
muito bem conseguida, na medida em que estimula o espírito de descoberta e de
competição. Como brinde, recebemos “O Pequeno Grande Guia do Museu Arqueológico
do Carmo”, escrito de uma maneira simples, com o design atractivo, que resume
as aprendizagens desta visita.
O edifício onde está instalado o museu foi a antiga Igreja
de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo, construída entre 1389 e 1423.
O edifício foi parcialmente destruído pelo Terramoto de 1755 e só ganharia nova
vida em 1864, com a abertura do Museu Arqueológico do Carmo, pela mão da Real
Associação de Arquitectos Civis e Arqueólogos Portugueses.
Para além de verem as ruínas da igreja, os visitantes são
levados por um percurso por cinco salas: pré-história; romano e islâmico; idade
média e moderna; biblioteca e gabinete das múmias; e o museu como máquina do
tempo. As múmias (sim, múmias...), os túmulos e os achados da escavação arqueológica
em Vila Nova S. Pedro são os elementos que mais nos impressionaram, num museu
para explorar com calma e em família. Recomendamos vivamente.
Nesta visita, trouxemos material para explorar outras
instituições: Museu da Água (Lisboa), Museu Arqueológico de S. Miguel de
Odrinhas (Sintra) e Museu de Mértola (Alentejo) despertaram-nos muita curiosidade.
O interesse foi tanto que até nos inscrevemos numa actividade num deles, que
vamos contar dentro de dias...
Como já era hora de almoço, a conselho do membro júnior do
blog, pusemos os pés ao caminho pelo centro de Lisboa e fomos comer comida
italiana ao Prima Pasta (rua da Madelena). Aproveitámos para, a pouca
distância, apreciar o portal manuelino de Nossa Senhora da Conceição Velha, mas
não tivemos oportunidade de rever o interior da igreja, porque estava
encerrada.
Depois de almoço, nada como aproveitar o bom tempo e gastar
calorias numa caminhada até ao Palacete de S. Bento e à Assembleia da República.
Começámos pela residência oficial do primeiro-ministro, onde pudemos apreciar
os jardins e participar em algumas das actividades preparadas para assinalar o
25 de Abril.
Seguimos, depois, para a Assembleia da República, sobretudo
para mostrar ao petiz os espaços emblemáticos da “casa da democracia” que diariamente
vemos na televisão, designadamente o hemiciclo, o senado, os passos perdidos e
a sala das comissões de inquérito, entre outros. Sentados nos lugares dos
deputados, surgiu-nos uma dificuldade: como explicar a uma criança de 11 anos
que há, por exemplo, quem, ali, pinte as unhas durante o debate do Orçamento do
Estado?
Estávamos de regresso a casa quando avistámos, no topo da
Rua do Vale, uma igreja à qual nunca tínhamos ido. E lá fomos nós rua acima... O
desvio valeu a pena porque se tratava da Igreja de Nossa Senhora de
Jesus/Igreja Paroquial das Mercês.
O site da Direcção-Geral do PatrimónioCultural indica que este é um templo de «arquitectura maneirista e barroca (sécs. XVII-XVIII)», que «foi alvo de diversas campanhas de obras que lhe alteraram o projecto inicial, nomeadamente após o terramoto de 1755, quando parte significativa da sua estrutura foi seriamente danificada». Para além da fachada, vale a pena ver o interior, onde se destacam os altares e o tecto trabalhado.
O site da Direcção-Geral do PatrimónioCultural indica que este é um templo de «arquitectura maneirista e barroca (sécs. XVII-XVIII)», que «foi alvo de diversas campanhas de obras que lhe alteraram o projecto inicial, nomeadamente após o terramoto de 1755, quando parte significativa da sua estrutura foi seriamente danificada». Para além da fachada, vale a pena ver o interior, onde se destacam os altares e o tecto trabalhado.
Para terminar o dia, fomos em busca de uma das nossas
paixões, as tripas de Aveiro, num estabelecimento que abria precisamente
naquele dia, o Sabores de Aveiro (rua Conde Almoster). Este último percurso foi
feito de carro, depois de 13,5 km a pé...
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