Quando visitamos algum lugar, apropriamo-nos dele, porque
passa a fazer parte da nossa história, das nossas memórias, das nossas
emoções... Foi assim com Notre-Dame, por isso vimos incrédulos e com o coração
apertado as imagens em que a fúria das chamas devorava a catedral. Por estes
dias, assiste-se à contabilidade dos milhões para a reconstrução, mas a
tristeza permanece perante a cinza e os escombros em que se tornou uma parte do
primeiro monumento que vimos ao chegar a Paris e do último de que nos despedimos
antes deixar a cidade.
Paris é um destino de sonho, especialmente se incluir o Dia
dos Namorados na “cidade do amor”. Como não conhecíamos a cidade, ao longo de
cinco dias, fomos ao maior número possível de sítios. Resultado: mais de 115
quilómetros a pé, num roteiro que vamos apresentar em três partes.
Na hora de escolher o voo para Paris, para além da questão
do preço, é preciso ter em conta os horários dos aviões e o tempo das
deslocações entre o aeroporto e o local que se pretende. Tendo isto em
consideração, optámos pelo Charles de Gaulle e pela viagem de comboio (10,30
euros) entre o aeroporto e a zona de Notre-Dame, onde chegámos a meio da tarde.
Ao sair do comboio, lá estava a catedral, imponente, rodeada de uma multidão de
turistas, como habitualmente.
Arrumadas as malas no hotel, no Quartier Latin, bairro
emblemático, com uma localização estratégica para não termos de usar
transportes, pusemos os pés ao caminho em direcção Montmartre para a primeira
visita da viagem: o Sacré Coeur.
Podíamos ter subido de elevador, mas a coragem de quem ainda
estava fresco levou-nos a ir pelas escadas, numa subida que parecia
interminável. Mas este esforço vale a pena quando, já de noite, se chega ao
cimo do monte e se avista a cidade iluminada e lá longe... a Torre Eiffel! Com
entrada grátis, visitámos a basílica, que apela à oração e recolhimento, mas
não tivemos oportunidade de subir ao topo. Fica para a próxima, dissemos. Desde
segunda-feira, esta ideia parece-nos demasiado perigosa, porque infelizmente
pode não haver amanhã para alguns monumentos que pensamos serem eternos.
Descobrindo as lojas bonitas que existem por toda a cidade e
as pontes sobre o rio Sena, passando perto de Notre-Dame, regressámos ao
Quartier Latin, onde fomos experimentar fondue de quatro queijos e habituar-nos
a pagar mais de 5 euros por cada bebida de lata.
O segundo dia começou com um passeio junto ao rio –
esperávamos que a água fosse mais cristalina –, a passagem junto à estátua de
Joana d’Arc e a caminhada rumo ao Jardin des Tuileries, o mais antigo jardim de
Paris, localizado entre o Museu do Louvre e a Place de la Concorde.
Vimos as esculturas, sentámo-nos junto a um lago a apreciar
a quietude matinal e seguimos para a gigantesca Place de la Concorde, local
onde durante a revolução francesa foi instalada a guilhotina em que Louis XVI,
Marie Antoinette e muitos outros foram decapitados. Actualmente, neste espaço,
destacam-se o obelisco egípcio que assinalava a entrada do Templo de Luxor, as
fontes (Fontaine des Mers e Fontaine des Fleuves) e um trânsito frenético.
Como planeávamos passar mais tempo no Jardin des Tuileries,
ficámos com “folga” para visitar o Petit Palais, um interessante museu de belas
artes instalado num belo edifício do arquitecto Charles Girault, com entrada
grátis (à excepção das exposições temporárias, que têm entrada paga). Mesmo em
frente, está o Grand Palais, com entrada paga, que não visitámos por falta de
tempo.
Tentámos ir cumprimentar o Emmanuel Macron, mas os portões
do Palácio do Eliseu estavam fechados, a rua contígua interdita à circulação e
polícias armados até aos dentes indicavam vias alternativas aos peões. A
segurança é levada muito a sério em todos os lados, sendo que as pessoas têm de
passar por detectores de metais e ser revistadas para entrar nos espaços mais
turísticos.
Seguimos para os Champs Elysees. Apesar de termos entrado em
algumas lojas, não fizemos compras. Aliás, mais interessantes do que as grandes
marcas, com lojas semelhantes por esse mundo fora, são os espaços de bairro,
cheios de personalidade, desde floristas a restaurantes, sem esquecer as
pastelarias com bolos belíssimos.
Subimos, depois, ao Arc de Triomphe (12 euros). A vista que
se tem do topo deste monumento é interessante, mas nada de novo para quem sobe
a outros miradouros. Se for preciso poupar tempo, esforço (é preciso subir as
escadas a pé) e dinheiro, pode-se abdicar da subida ao Arco do Triunfo.
E eis que chegou o tão ansiado momento de ver de perto a
Torre Eiffel, mas só de passagem, porque optámos por deixar este ícone de Paris
para a noite.
Como estávamos no Dia dos Namorados, não resistimos a um
bolo com massa de macaron, com decoração exuberante e em forma de coração, pois
claro! Neste dia, as montras estavam particularmente apelativas e havia
mulheres de todas as idades com rosas vermelhas nas mãos.
Depois do lanche, fomos até Les Invalides, que se avistam ao
longe devido à sua exuberante cúpula dourada, mas dada a hora já não
conseguimos ver o túmulo de Napoleão. Com tanto para ver, não houve tempo para
lamúrias, por isso seguimos até à Ponte Alexandre III, que impressiona com as
suas estátuas e candeeiros.
Já de noite, e com bilhetes previamente comprados (25,50
euros), subimos finalmente à Torre Eiffel. A vista nocturna que se tem do topo
da torre é deslumbrante. Esta é uma experiência incrível, especialmente no Dia
dos Namorados, daquelas que se quer repetir.
Veja as fotografias na nossa página no Facebook. Amanhã contamos mais...
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