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5.6.20

Jacarandás em flor


Os jacarandás pintam Lisboa de lilás, indiferentes à pandemia e à crise económica que afligem os humanos. Mas há menos pessoas para poderem apreciá-los. As lojas encorajam os potenciais consumidores com mensagens como “sentimos a tua falta!”, “bem-vindo de volta!” ou “o bom cliente à casa torna”, mas nas ruas há um vazio ao qual já não estávamos habituados. As filas na Zara e na Bershka contrastam com as mesas e as cadeiras empilhadas no centro da rua Augusta, apenas animadas pelo barulho monótono de uma máquina de bordar a trabalhar à porta de uma loja. De Santa Apolónia à Avenida de Roma, a meio da tarde, apenas “meia dúzia” de pessoas, que nos fazem recuar no tempo, até à época em que a capital não era uma Meca do turismo. Com o entardecer, a zona ribeirinha parece ganhar mais vida. Voltam-se a ouvir gargalhadas no Cais das Colunas, mesmo ao lado de um Terreiro do Paço quase deserto. O sol está a pôr-se. Amanhã será outro dia. Mais um no lento e difícil recomeço. (Lisboa, 18 e 26 de Maio). Veja mais fotos na página do Sempre Prontos a Passear no Facebook.

26.5.20

Regresso ao Porto


De manhã, o nevoeiro ainda deu luta aos raios solares, mas acabou por levar uma cabazada. O bulício da cidade deu lugar a ruas quase desertas e a uma estranha calma. O português voltou a ouvir-se com nitidez em zonas onde antes passava despercebido no meio das múltiplas línguas dos turistas. As obras continuam lado a lado com estabelecimentos à espera de quem tem mais receio do que dinheiro no bolso. Muitas portas fechadas, mesmo em ruas que vivem do comércio. Há quem aproveite para improvisar uma tarde de praia junto ao rio, longe da confusão das praias a sério. As aves voam por perto, como que a convidar para um passeio pela sua cidade. Foi o que fizemos ontem, com mil cuidados, no Porto. Veja as fotos na página do Sempre Prontos para Passear no Facebook.

18.2.20

Cidade termal convida à descoberta do património e gastronomia

Localidade termal que remonta à época dos romanos, então denominada Aquis Auriense, Ourense é uma cidade galega com um centro histórico monumental, onde se pára em cada rua e praça para apreciar os inúmeros pormenores que prendem o olhar.



Fizemos um périplo rápido pela cidade aproveitando a ida ao Xantar – Salão Internacional de Turismo Gastronómico, um certame imperdível, organizado anualmente pela Expourense, onde participámos no VII Encontro de Bloggers de Gastronomia e Turismo de Espanha e Portugal, uma iniciativa que contou com o apoio da Diputación Provincial de Ourense (saiba mais aqui, aquiaqui e aqui).


A primeira imagem que fica na mente de quem chega a Ourense é a das pontes sobre o rio Minho. A mais espectacular é a Ponte do Milénio, uma obra vanguardista do arquitecto Álvaro Varela, inaugurada a 1 de setembro de 2001.


A mais histórica é, no entanto, a Ponte Velha, também chamada de Ponte Romana (dos tempos romanos conserva a base dos pilares e dos talhamares), Ponte Medieval ou Ponte Maior.


Embrenhando-se pelas ruelas, que durante a hora da siesta ficam praticamente desertas, chega-se à Catedral de San Martiño, templo românico com traços góticos, um dos ex-libris de Ourense, que merece ser visitada com tempo.





Depois de apreciar o exterior, circundado o templo, que não tem apenas uma fachada, no interior destacam-se o Altar-Mor, da autoria de Cornelis de Holanda (século XVI); o impressionante Pórtico de Paraíso, influência da escola do Maestro Mateo, que assina o famoso Pórtico da Glória da catedral de Santiago de Compostela; a Capela do Santo Cristo, que deixa qualquer um de boca aberta pelo seu esplendor; e o tesouro-museu.








Também possível subir à torre, que tem oito sinos de bronze, cada um com o seu próprio nome e a funcionar, por isso não se assuste se começarem a tocar quando estiver lá em cima. A visita completa, com audio-guia, custa 5 euros.





Segue-se para a Plaza Mayor, o coração do centro histórico, que convida a sentar numa das esplanadas para a apreciar todos os edifícios, entre os quais a Casa Consistorial, obra de Queralt, e o antigo Paço Episcopal.




Chega-se, então, às “As Burgas”, fontes de água termal que estiveram na origem da cidade. Para além da possibilidade de se poder tomar banho, aqui existe um centro interpretativo sobre a história das burgas. Se antes de ir para a “piscina” quiser experimentar a temperatura da água nas bicas ali existentes, vá com cuidado. Dizem as indicações que a água sai a mais de 60º...



Um passeio completo pela cidade tem de incluir as termas que existem junto ao rio Minho. Há um comboio turístico com partida da Plaza Mayor que faz esse circuito até Outariz. Por falta de tempo, ainda não foi desta que conseguimos fazer o roteiro das termas, mas aproveitámos para um aprazível passeio a pé junto ao rio. Para quem gosta de paisagens ribeirinhas, do Centro Comercial Ponte Vella tem-se uma vista panorâmica sobre o rio e as pontes.

Já com o sol posto, e para terminar com chave de ouro, fomos até ao Claustro de S. Francisco, considerado um dos claustros de transição entre o românico e o gótico em melhor estado de conservação da Galiza. Fixe a atenção na rica decoração dos capitéis dos 63 arcos e vai ver que encontra esculpidas nas pedras imagens surpreendentes, que vão desde a devoção até ao que alguns entendem como sendo sátira.



Para os apreciadores de gastronomia, em Ourense come-se bem. Neste âmbito, nota para o projecto muito interessante intitulado “Cocina Ourense”, apresentado no Xantar do ano passado, que une 13 de reputados chefs na valorização da gastronomia local e na afirmação de Ourense como um destino enogastronómico.






Veja também o vídeo:


O Carnaval é uma época cheia de tradições nesta região. Veja o programa dos "Entroidos" e ponha os pés ao caminho...

25.12.19

Valença é "cidade dos presépios"


Em dia de Natal, propomos uma visita a “Valença Cidade Presépio”, uma iniciativa classificada pela Câmara Municipal como «uma das maiores exposições colectivas de presépios, expostos nas montras dos estabelecimentos comerciais, nos espaços e serviços públicos», até 6 de Janeiro.


Para os crentes, esta é uma visita ao elemento central do Natal. Para todos, é um périplo pela história e pelo património, uma vez que a fortaleza de Valença integra a candidatura das “Fortalezas Abaluartadas da Raia” a Património Mundial, juntamente com Almeida, Elvas e Marvão.


Como refere a informação municipal, com mais de 5 quilómetros de extensão de muros, esta é uma das principais fortificações abaluartadas do mundo, sendo que a «estrutura militar actual data das Guerras da Restauração, dos séculos XVII e XVIII, conservando vestígios de mais de 2 mil anos de história».



Veja mais fotos na página do Sempre Prontos para Passear no Facebook.


6.6.19

Pelas ruelas, cores e cheiros de Lisboa

Na época dos Santos, os bairros típicos de Lisboa transformam-se. A agitação toma conta das ruas e ruelas, explodindo em euforia na noite de Santo António, em que o espaço se torna demasiado pequeno para albergar tantos foliões.


Gostamos dessa noite frenética, de percorrer os arraiais, de fazer quilómetros pela cidade a petiscar e a dançar. Mas também gostamos das ruas calmas, das ruelas estreitas sem vivalma, dos gatos que nos inspeccionam com curiosidade, da roupa a secar ao vento, das janelas com cortinas de renda, das sacadas com vasos de flores garridas, dos rádios que se ouvem em toda a vizinhança, da idosa à soleira da porta que deseja “bom dia” a quem passa e dos cheiros de iguarias em preparação que enfeitiçam o olfacto.


Foi esta a Lisboa que encontrámos no dia 1 de Maio. Saímos de casa para ir visitar o Teatro Romano, a Igreja da Madre de Deus (Museu doAzulejo) e, se não estivesse muita fila, o Castelo de S. Jorge, mas demos com o nariz na porta. Nós e milhares de turistas que percorriam as ruas em busca das principais atracções de Lisboa, que estavam fechadas por ser Dia do Trabalhador. Se os espaços dependentes do Estado estão fechados ou têm horários desajustados da procura, não há motivos para estranhar que os monumentos, palácios e museus nacionais tenham perdido quase 400 mil visitantes (7,8%) em 2018, apesar do aumento de turistas...


Depois da desilusão de termos encontrado o Teatro Romano fechado, podíamos ter voltado para casa, mas o bichinho do passeio (e o facto de termos conseguido lugar para estacionar naquela zona complicada) fez-nos ir até à Sé Catedral, também conhecida por Igreja de Santa Maria Maior. Como se pode ler nos painéis informativos sobre as escavações arqueológicas realizadas neste local, que testemunham diferentes ocupações desde a época romana, «segundo a tradição, D. Afonso Henriques, depois da conquista de Lisboa, em 1147, fez erguer a nova catedral no lugar da mesquita moura».


Seguimos até ao Miradouro de Santa Luzia, que em dia de sol forte apresentava uma magnífica vista sobre a cidade, os navios de cruzeiro atracados no porto e o rio Tejo. Descemos no elevador de Santa Luzia, inaugurado em 2015, que vence o desnível de cerca de 15 metros entre o Miradouro de Santa Luzia e a Rua Norberto de Araújo, e fomos explorar as ruas de Alfama.

O périplo continuou até ao Castelo de S. Jorge, que ficou por visitar. Depois de encontrarmos mais uma porta fechada, seguimos caminho como uma nova meta: a Igreja de S. Vicente de Fora. Segundo informação do Patriarcado de Lisboa, que tem aqui a sua sede, «a construção do Mosteiro de São Vicente de Fora teve início durante a união dinástica entre Portugal e Espanha, estando no trono Filipe I, e é um dos mais belos exemplares do maneirismo em Portugal. Neste lugar existia, desde 1147, um Mosteiro do mesmo nome, mandado construir por D. Afonso Henriques em agradecimento pela conquista de Lisboa aos Mouros nesse mesmo ano».


Terminada a visita, optámos pelo caminho mais longo e deambulante para regressarmos ao ponto de partida, no Largo do Correio-Mor, em frente ao Palácio dos Condes de Penafiel (sede da CPLP), que incluiu passagem pelo Largo do Salvador, engalanado com motivos das marchas populares e com um cheiro delicioso a grelhados, a antecipar os dias de festa que já aí estão.



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