O Dão rumou a Lisboa para apresentar os seus vinhos e
sabores, tais como queijos e enchidos. Com a presença de 33 produtores de
vinho, a sexta edição da iniciativa “Dão Capital” atraiu dois mil visitantes ao
Time Out Market – Mercado da Ribeira, nos dias 22 e 23 de Novembro.
Fomos pelo segundo ano consecutivo a este evento organizado
pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão e produzido pela revista Grandes Escolhas.
Um dos nossos objetivos era satisfazer a curiosidade em
relação ao projecto Dom Vicente, localizado em Oliveira do Conde, a poucos
quilómetros de Carregal do Sal, que transformou «terra tomada pelo mato em
vinhas modernas». Dom Vicente Touriga Nacional 2017, Dom Vicente Vinhas Velhas
2017 e Dom Vicente Grande Reserva Branco 2017 são as novidades da marca, que
ficámos a conhecer.
Apreciadores do trabalho de Anselmo Mendes nos Vinhos
Verdes, queríamos saber mais sobre os vinhos que produz na região do Dão, até
porque o “Dão Quinta de Silvares 2015” recebeu 93 pontos da Wine
Enthusiast e o “Dão Private” foi distinguido com “ouro” na 10.ª gala “Os
Melhores Vinhos do Dão”. Sem que estivéssemos à espera, foi um privilégio
conhecer a enóloga Patrícia Santos, inexcedível nas explicações.
No tocante a rosés, fomos à descoberta do Quinta das Camélias (Jaime de Almeida Barros), galardoado com a distinção “Platina” na já referida
gala dos melhores vinhos do Dão, que decorreu no passado mês de Julho.
Na ronda pelos produtores, ficámos a par das propostas da
Soito Wines, revimos o projeto Quinta do Carvalhão Torto, que descobrimos na
edição do ano passado do “Dão Capital”, mas agora a apresentar o Encruzado
2018, e reencontrámos a Casa da Passarella, que tínhamos provado no “Encontro
com Vinhos”, para além da Ladeira da Santa, Casa de Santar e Cabriz.
Não estando em causa a excelência dos produtos em exposição,
tanto dos vinhos como dos queijos e enchidos – que delícia a alheira com
pinhões do Fumeiro Flor de Sal (Carregal do Sal) –, nem da vertente formativa, com as provas comentadas e palestras, ficámos com a impressão que
esta iniciativa precisa de se reinventar. Embora emblemático, o espaço onde se
realiza é manifestamente insuficiente, tendo havido filas à entrada e um
acotovelar de pessoas no interior do certame.
Para além disso, e bem mais grave, não foi perceptível a
existência de uma resposta mínima para pessoas com mobilidade reduzida, nem
sequer uma cadeira onde alguém com necessidades especiais se pudesse sentar. Cabe
aos organizadores, deste e de qualquer evento, ter em conta a questão da
acessibilidade para todos, mesmo que ainda haja quem diga, como foi o caso de um
visitante que ouvimos enquanto estávamos na fila, que os deficientes devem é
ficar em casa.
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