23.9.18

Descanso para o corpo, regalo para os olhos

Descansar foi o objectivo que nos levou a Gavião, no distrito de Portalegre. Como já tínhamos estado naquela zona, sabíamos que era o local ideal para quem queria um fim-de-semana tranquilo.


A primeira imagem que nos surge quando se fala em Alentejo é da planície com chaparros. Não obstante, nesta enorme região, de 27.000 km2, há um mosaico de paisagens diversificadas, que vão desde a Costa Vicentina, ao Alqueva, aos espaços urbanos... Por isso, faz sentido que o slogan que Gavião nos apresenta seja “um Alentejo diferente”...


Escolhemos ficar na Praia do Alamal, uma praia fluvial do rio Tejo, com uma vista esplêndida para o Castelo de Belver, para os montes em redor e para a linha da ferroviária da Beira Baixa. Esta praia tem todas as condições, desde nadador-salvador, bar-restaurante (o chouriço assado é bom), zona de piqueniques até à possibilidade de alugar espreguiçadeiras ou fazer desportos náuticos. 








Aqui é possível acampar, mediante a obtenção prévia de uma credencial de autorização passada pelo Município de Gavião. Optámos, no entanto, pelo Alamal River Club, que se revelou uma escolha acertada. Os quartos têm vista para o castelo de Belver e para o rio Tejo. A piscina fica em frente ao rio, sendo possível petiscar enquanto se descansa. Experimentámos a tosta com ananás e o bife em bolo do caco, que recomendamos.




A nossa dúvida era se seria possível percorrer o passadiço em madeira que faz a ligação entre o Alamal e a Ponte Metálica de Belver, sempre a bordejar o Tejo, mas não foi desta! Há três anos, quando lá estivemos, estava fechado para remodelação. No ano passado, foi consumido pelo fogo, juntamente com 80% da área florestal de Belver, tendo estado encerrado até agora. Alvo de obras de 300 mil euros, o passadiço reabriu no passado dia 10, segundo informação disponibilizada no site da Câmara Municipal. Aproveitem! E, se gostam de caminhar, não percam o percurso pedestre "Arribas do Tejo".


Apesar de já conhecermos Belver e o seu castelo, o bichinho do “sempre prontos para passear” venceu a ideia inicial de descansar. Construído pela Ordem Militar do Hospital, a mando de D. Sancho I, o castelo terá ficado pronto em 1212. Foi durante cerca de um século a casa-mãe da Ordem dos Hospitalários. Para além do castelo, da capela de S. Brás, construída no seu interior, e das informações do centro interpretativo, a visita vale a pena pela vista que se tem lá de cima.



Domingo, dia 2 de Outubro, às 14h00, hora de reabertura do monumento, subimos, a encosta íngreme rumo ao castelo e... demos com o nariz na porta... durante mais de 20 minutos. Desistimos na altura em que ia, finalmente, abrir. Se nunca visitaram o castelo, mesmo que sejam confrontados com algo semelhante, respirem fundo e não desistam! Embora com a natureza ainda ferida pelos incêndios, a vista fará certamente jus à lenda que diz que o nome Belver advém da exclamação de uma princesa ao ver a paisagem em redor: «Oh meu pai, que belo ver!».






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