4.9.18

Seis dias de festa mostram cultura de Ponte de Lima

Quando se fala das Feiras Novas, a tentação é escrever simplesmente que, “entre 5 e 10 de Setembro, há uma festa imperdível em Ponte de Lima”. E, com isto, estaria quase tudo dito porque esta romaria já se tornou uma referência, que atrai anualmente milhares de visitantes.


As Feiras Novas fazem 192 anos, tendo começado em 1826, com uma provisão atribuída por D. Pedro IV. O que era inicialmente a Feira Franca e a Festa de Nossa Senhora das Dores transformou-se num programa de seis dias, que mostra o melhor da cultura e das tradições limianas.


Como novidades da edição deste ano, a presidente da Associação Concelhia das Feiras Novas, Ana Maria Machado, refere a abertura das festividades com um espectáculo multimédia no rio, amanhã, às 22h00, intitulado “Rio Lima Encantado, e o primeiro Concurso Nacional de Galinhas de Raças Autóctones em Ponte de Lima, sábado, a partir das 10h00, na Expolima.

Um dos pontos altos do programa é o cortejo etnográfico, sábado, às 16h00, no qual as freguesias do concelho apresentam os seus «usos, costumes e tradições» num desfile pelo centro histórico da vila.


Este é o aperitivo para uma noitada de festa, em que as concertinas e os cantares ao desafio tomam conta de Ponte de Lima, com desgarradas espontâneas noite dentro, enquanto milhares de pessoas se divertem nas ruas.


A afluência de visitantes é tão grande que, na edição do ano passado, a circulação na ponte pedonal esteve completamente bloqueada: não se conseguia andar, nem para uma margem nem para outra do rio...


Nesta noite, são obrigatórios os comes e bebes, onde não pode faltar o vinho verde tinto bebido numa malga (tijela) e o porco no espeto.

O cartaz não se esgota aqui. A festa prossegue domingo, destacando-se o cortejo histórico (15h30) e o festival limiano de folclore (21h30).


No programa religioso, salienta-se, segunda-feira, a missa solene com sermão em honra de Nossa Senhora das Dores, às 10h30, na igreja matriz,  e a procissão, às 16h30, no centro histórico.

O programa completo pode ser consultado no site do evento, onde também pode ficar a saber tudo sobre a APP das Feiras Novas. 

Elementos típicos

Nas Feiras Novas é típico o chapéu de palha, com uma fita vermelha, com a inscrição a dizer Feiras Novas e o ano em curso. Os chapéus à cowboy são uma modernice sem sentido.


Na decoração das ruas pode ser vista uma boneca de cabelo preto atado na nuca e elementos minhotos. Trata-se da Matilde, da autoria de Madalena Martins e Susana Espadilha, que é a mascote das Feiras Novas, desde 1999, quando a Comissão de Festas era presidida por Rodrigo Melo.


Outra das bonecas que se encontra ao passear pela vila é a “Maria de Ponte”, criada por Madalena Martins, que também se tornou numa mascote de Ponte Lima.



A concertina é um dos elementos indispensáveis da romaria. Na abertura das Feiras Novas do ano passado, Ponte de Lima entrou para o livro dos recordes ao juntar 897 tocadores de concertina a interpretarem a mesma música.


Recorde-se que, desde 2010, as festividades comemoram-se no segundo fim-de-semana de Setembro, em vez do terceiro, passando a coincidir com as Festas de Nossa Senhora da Bonança (Vila Praia de Âncora). Tendo em conta o recheado mapa de festas do Minho, para evitar uma nova coincidência de datas, em 2016, Ponte de Lima e Braga assinaram um acordo que ditou a antecipação para o primeiro fim-de-semana de Setembro da Noite Branca bracarense.


Baú de memórias










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