3.7.18

Museu mostra cem anos do brinquedo português

Em Ponte de Lima, o Museu do Brinquedo Português permite recordar ou mostrar aos mais novos com o que se brincava quando não havia tablets.


Os mais velhos soltam exclamações cada vez que reconhecem um brinquedo que tiveram ou desejaram, seja um carrinho, um boneco, um jogo ou até um ferro que se ligava à corrente, aquecia e permitia passar a ferro. Os mais novos descobrem um tempo em que havia brinquedos feitos de pasta de papel ou de latas de conversa reaproveitadas.


Uma visita em família, em que os adultos regressam à infância e as crianças descobrem os brinquedos do passado, é o que propõe o Museu do Brinquedo Português, instalado desde 2012 na Casa do Arnado, em Arcozelo, mesmo junto ao rio, em Ponte de Lima.


Com cerca de 3 mil brinquedos expostos, do coleccionador Carlos Anjos, este espaço proporciona uma viagem de cem anos, entre 1987 e 1986, pelos brinquedos produzidos em Portugal. 


Segundo é explicado durante a visita, embora o coleccionador tenha reservas com cerca de 20 mil brinquedos, esta baliza temporal foi determinada pelas alterações introduzidas no mercado com a entrada de Portugal na CEE. Muitos dos brinquedos que tínhamos eram feitos artesanalmente por empresas familiares, sem o cumprimento das regras de segurança e de catalogação exigidas pelas regulamentações comunitárias.


A visita começa, no rés-do-chão, com a apresentação cronológica dos mais importantes fabricantes de brinquedos portugueses, resistindo em funcionamento a Majora e a Maia & Borges. Sabia, por exemplo, que o Gil, a mascote da Expo98, é da responsabilidade da Maia & Borges?



Através de duas vitrinas também é possível fazer a comparação entre os brinquedos estrangeiros e os nacionais. Os portugueses eram, normalmente, mais pequenos ou mais simples, feitos com materiais mais baratos, para não serem tão dispendiosos. Aqui se incluem os Estrunfes, agora Smurfs, que chegaram a ser exportados.

No primeiro andar, os brinquedos são agrupadas em grandes blocos temporais – século XIX até 1929, anos 30-40, anos 50-60 e anos 70-80 –, sendo o visitante levado numa viagem desde os cavalinhos de pasta de papel, gesso e madeira, bonecas de trapos, conjuntos de loiça fina em miniatura da classe alta, baldinhos feitos a partir de latas de conserva (não por preocupação com a reciclagem, mas por falta de matéria-prima), jogos até uma panóplia de brinquedos em plástico.











Seguem-se três salas temáticas: sons e instrumentos musicais, jogos e soldadinhos de chumbo e armas.



Saindo do edifício principal e percorrendo um jardim, chega-se à parte mais lúdica do museu, onde há uma cidade movimentada, de origem alemã, com sete comboios, um teleférico e um funicular em movimento.



Ao lado, está a Sala ARLO, dedicada a esta marca portuguesa que iniciou a produção de brinquedos na década de 40. Aqui é possível encontrar um comboio em movimento, que percorre alguns dos mais emblemáticos monumentos nacionais.


Para além de ver a sala de exposições temporárias – visitámos a mostra “Embalagens com História”, com embalagens de brinquedos portugueses do século XX – é possível fazer festas de aniversário no Museu do Brinquedo.

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