8.1.24

Neve à vista!

As notícias destes dias sobre os primeiros nevões dão vontade de pegar nos agasalhos e partir rumo aos mantos brancos... Aqui fica a memória de uma ida até ao Parque Nacional da Peneda-Gerês em que fizemos isso mesmo.


Quando se pensa em neve, vem logo à cabeça a Serra da Estrela, mas a realidade é que este destino não está geograficamente perto de todos. E há sempre o receio de que cortem o acesso à neve... por causa da neve! 

Para quem procura a neve por lazer, para diversão de toda a família, desde os pequenotes até aos crescidos, sem pistas de ski, as montanhas do Norte são uma boa alternativa. 


Foi precisamente o que pensámos no Inverno passado, em Fevereiro, num fim-de-semana em que acordámos com as notícias a dizerem que estava a nevar no Parque Nacional da Peneda-Gerês. 


Sem nada previsto, fomos de Braga em direção à aldeia de Brufe, em Terras de Bouro, onde nos esperava um manto branco. Bolas de neve e outras brincadeiras depois, acabámos por ir almoçar ao restaurante O Abocanhado, de forma a desfrutarmos da sua vista panorâmica e apreciarmos a experiência gastronómica. 




Depois, para ajudar a digestão, fomos dar uma volta pela aldeia, onde encontrámos as primeiras vacas do percurso, calmamente na sua vida pachorrenta, indiferentes a quem lhes tirava fotografias. 



A descida em direção à Barragem de Vilarinho das Furnas revelou-se espectacular, com a névoa a envolver a estrada que contorna a montanha. Descemos devagar, devagarinho, que todo o cuidado é pouco. 



Com o tempo a melhorar, seguimos em direção à preciosa Mata da Albergaria, um tesouro do Parque Nacional, prosseguindo até à fronteira da Portela do Homem. 








Fomos, depois, até Rio Caldo, um local onde reservámos quarto no Beira Rio, atraídos pela vista para um dos atrativos desta localidade do concelho de Terras de Bouro: as duas pontes sobre um belo espelho de água. 


A hesitação surgiu à hora de jantar, quando verificámos que, em pleno Inverno, a oferta de restauração era mais escassa do que aquilo que nos lembrávamos de visitas anteriores. Vimos, então, as pessoas da localidade a irem para o Café da Ponte, sendo que a maioria pedia Francesinha. Fizemos o mesmo, e não nos arrependemos. 


Depois de uma noite retemperadora – atirar bolas de neve cansa! –, fomos surpreendidos por uma manhã com um sol esplêndido, num dia manifestamente demasiado quente para quem tinha levado roupa a contar com neve. 




Fomos ao Santuário de S. Bento da Porta Aberta, um importante centro religioso, existindo mesmo os Caminhos de Peregrinação, com cerca de 70 quilómetros e três trajetos, assim como um Guia do Peregrino. 



A próxima paragem foi no Miradouro da Pedra Bela, a mais de 800 metros de altitude, com uma vista deslumbrante. 


O dia ensolarado convidava a caminhar, por isso fomos até à Cascata do Arado. Parámos o carro a alguma distância e fizemos o percurso a pé, ao som dos chocalhos de rebanhos a pastar. 



Já atrasados para o almoço, chegámos a Fafião, localidade do concelho de Montalegre, onde existe um núcleo do Ecomuseu do Barroso, sob o mote “Vezeira e a Serra”. Sem tempo para pesquisas ou indecisões, chamou-nos a atenção a Taberna S. Tiago, que se revelou uma boa surpresa, com uma carne saborosa, servida na esplanada, a desfrutar do sol. 


Na aldeia, visitámos o fojo do lobo, estrutura que outrora era usada para capturar os lobos quando estes desciam da serra à procura de comida, e um miradouro em que dois enormes blocos de granito são ligados por uma ponte metálica.




Ainda antes de sairmos da aldeia, já de carro, tivemos mais uma vez de parar para dar prioridade às vacas. Não havia nenhum sinal nesse sentido, mas o facto de terem cornos e caminharem em grupo foi suficientemente persuasivo... 


Com a noite a despontar, regressámos a Braga com os olhos regalados de paisagens encantadoras e com as energias retemperadas pelo contacto com natureza. Apesar de já conhecermos os lugares, é sempre possível um novo olhar sobre eles. Basta querer ver.




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